Até 2030, espera-se que as mulheres americanas controlem grande parte dos 30 trilhões de dólares em ativos financeiros que os baby boomers possuirão – segundo a Mckinsey. Será a maior transferência de riqueza da história, já que esse montante se aproxima do PIB anual dos Estados Unidos.
Nos últimos 5 anos, a quantidade de mulheres investidoras na Bolsa no Brasil cresceu 85,6%, de acordo com a Forbes. Ou seja, nossa participação no mercado dos investimentos cresce vertiginosamente e já não é tendência e, sim, realidade.
Mas o que pensam e o que querem essas mulheres? Como parte do time da Glina, uma Wealthtech, me vi na obrigação de fazer essa reflexão. Te convido a embarcar comigo nesse exercício, composto por 3 perguntas chave:
1. Quais as preocupações das mulheres com as finanças?
Durante a minha pesquisa, um dado do UBS me chamou muito a atenção: 53% das mulheres acreditam que suas economias e rendimentos para a aposentadoria não serão suficientes para sustentá-las ao longo da vida. Ou seja, já estão de olho na necessidade de um novo planejamento.
Os produtos financeiros de hoje estão endereçando essa preocupação? Aproveito o gancho para compartilhar a próxima pergunta do meu exercício:
2. Quais os comportamentos prevalecentes das mulheres investidoras?
Os números mostram a preferência das mulheres pela diversificação de carteira e por investimentos de impacto, segundo estudos recentes.
Na minha visão, mulheres priorizam a diversificação porque sabem que é uma estratégia eficaz – principalmente no longo prazo. Já a preferência por gerar impacto, para mim, não se trata de levantar bandeiras de ESG, mas sim, de colocar a ética como filtro principal, na hora de decidir onde apostar suas fichas.
E o que podemos fazer com esses dados? Trago a terceira – e última – indagação do exercício:
3. Como o mercado financeiro pode atender melhor as mulheres?
Ainda que algumas preocupações e comportamentos sejam predominantes, eu não acredito que a resposta seja criar soluções “exclusivas para mulheres”. Afinal, as mulheres não são um nicho. Elas querem o melhor, com profundidade e uma experiência diferenciada – como qualquer outro investidor espera.
Um exemplo interessante é o da Ellevest, uma plataforma americana de investimentos voltada para mulheres. Parecia promissora, mas recentemente foi vendida para uma empresa maior, que atende diversos públicos.
Para mim, no lugar de “segregar” propondo soluções específicas para o público feminino, o mercado financeiro, em especial, de investimentos, deve focar em alguns pontos-chaves
- Resultado: as mulheres estão de olho nos números, analisando se os resultados estão chegando e se antecipando aos problemas.
- Transparência e ética: as mulheres dificilmente aceitam compactuar com propostas obscuras, ainda que promissoras.
- Fugir das soluções simplistas e sexistas: antes de mais nada, elas querem soluções que respeitem a individualidade de cada investidor, independentemente do gênero.
De forma geral, acredito que a mulheres impulsionarão o mercado financeiro a subir a régua, oferecendo produtos e experiências melhores.
E você, o que pensa? O que mais precisa mudar no mundo financeiro para se adaptar a esta nova realidade que está por vir?